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sexta-feira, 13 de março de 2009

Diário

Enfants Rose...
O que é?!...
Que eu tenho um diário isso não é novidade. Que eu não posso revelar que sou um vampiro, isso também não é novidade. Então, como eu não podia escrever minhas noites abertamente porque se alguem, por um milagre, o encontrasse e lêsse seria uma quebra de máscara descarada, eu puz minha cabecinha para fucionar...

Sempre gostei e sempre escrevi histórias meio fantasiosas, como diz minha mãe, então resolvi escrever mais uma. Oculta sobre o manto de uma era completamente diferente se revela nossa sociedade, a sociedade da Noite. Sob nomes que de comum só possuem a primeira letra estão meu companheiros e meus rivais. Uma adaptação codificada. Confesso que eu estabeleço relações que só eu mesma para perceber...
Mas é isso. O "Enfants Rose" ou o "Fils de la Rose" é na verdde meu querido diário de Vampiro. Minha forma de não esquecer. Uma chave em meu tornozelo. Um cadeado reforçado. Um lugar escondido...

...Relacionando...
Clã:
* Daeva>> Filhos da Rosa - Cavaleiros, Bardos, Poetas, Diplomatas... 
* Ventrue>> Filhos da Coroa - Nobres em geral, Burgueses, "Clero"...
* Mekhet>> Filhos do Vento - Espiões, Estudiosos, Clero...
* Gangrel>>Filhos da Terra - Caçadores, Bárbaros, Camponeses...
* Nosferatu>>Filhos da Escuridão - Escavadores, Clero, Bárbaros

Espécies:
*do Sol/Ovelhas>> Humanos
*da Noite>> Vampiro
*da Lua>> Lobisomem
*do Tempo>> Magos
*do Medo>> Assombrações

Personas:
* Edward >> Alexander, Sir.
.* Lana >> Luana, Embaixatriz
* James>> Jordan, Sir......
* Lucian >> Dolver, Lord...
* Vladimir >> Victor, Bardo
* Telassim >> Anelise, Dama
* Okan >> Anko, Caçador....
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(Os próximos, na medida que forem aparecendo eu vou apresentando )


quarta-feira, 11 de março de 2009

C'Est la vie ...

O Casarão era belíssimo, antigo e rústico. Nele perdíamos a noção de tempo. Como se nos tele-transportássemos para uma época diferente da nossa. Os criados passavam pelos corredores sempre muito atarefados, andavam em passos rápidos, mas sempre que percebiam nossa presença nos cumprimentavam - Bonne nuit lady...-
Não importava o que estavam fazendo eles sempre interrompiam, qualquer um de qualquer idade, como se fosse uma regra, uma obrigação. Eu ficava meio sem jeito diante de tantos "Avec votre permission, Miss..." e "Bonsoir madame".
Os poucos que falavam minha língua tinham um sotaque carregado. Tudo naquele lugar era místico. Quando a noite avançou u pouco mais recebi em meu quarto a visita de um criado, um jovem rapaz.
- Madame...vous avec votre licence, puis-je obtenir?
- Boa noite...- Estava óbvio que eu só tinha entendido o "madame" da frase. Tão óbvio que até ele mesmo percebeu e começou a falar um português, meio falho, mas incomparavelmente mais compreensível que o francês de outrora.
- Posso entrar?
- Pode, claro, sinta-se a vontade.

(XXX)

Ele se aproximou estranhando a atitude da jovem. Ela era bela e encantadora. Uma beleza infinita que nunca iria padecer. Julian era fascinados por esses seres cuja simples presença é capaz de modificar tudo ao seu redor.

- Precisa de alguma coisa miss Müller?

- Não, estou muito bem. Agradeço a preocupação.- E sorriu. Julian pareceu desconcertado, essa não era exatamente a resposta que ele estava esperando.

- La senhorita... não está com fome?- Dessa vez que pareceu desconcertada pela pergunta foi Telassim. Ela inclinou um pouco a cabeça deixando evidente sua surpresa diante da pergunta do rapaz.

- Eu estou bem, obrigada.


- Se precisar de alguma coisa...
Je serai disponible. Merci

- Bem... Você poderia ficar aqui um pouco e me ajudar com o francês... ou tem algum problema?


- Je n'y vois pas d'inconveniente...
digo, não vejo problemas, mademoiselle.

Passaram parte da noite treinando o francês.E assim seguiram as noites, como passos ensaiados da mesma dança.

- A senhorita está com fome?
- Não ... Você pode me ajudar no francês
- À souhait (como quiser)

As 8 horas ele batia a porta... Fazia a mesma pergunta ela dava a mesma resposta e fazia o mesmo convite. Porém, ao fim da terceira noite Julian resolveu acabar com sua anciedade, esperava que ela o entendesse e não encarasse sua atitude como um desrespeito..

- Je ne comprends pas

- Como?
- sem entender, embora estivesse estudando a língua.

- Não compreendo...


- O quê?-
Virando-se, para ficar completamente de frente para ele.

- Mademoiselle
Telassim ... Meu sangue não é de seu agrado?

-
Ãn?

- Se não for é só pedir que outro venha em meu lugar.

- Peraí...calma, deixe-me ver se eu entendi. Você quer que eu beba do seu sangue?

- s'il vous plaît ... On aura tout vu!
(por favor... isso seria demais) Mas a senhorita precisa se alimentar, e se eu não sou do seu agrado...

- Então é por isso que toda noite você pergunta se eu estou com fome?!


- si justement


- Ah...agora eu entendo...
- Ouve um estante de silêncio, onde cada uma das parte esperava a iniciativa da outra.

-
Mademoiselle?

- Eu não costumo fazer esse tipo de coisa, nunca mordi alguém que estivesse consciente que eu a estava mordendo...
-Com a cabeça baixa Tel deu um sorriso forçado... Que situação... olhou fixamente para Julian e lhe perguntou- Porquê você oferece seu sangue?- Julian demorou um pouco para entender que aquela era uma pergunta que ele deveria responder. Deu um leve sorriso e começou...

- Para mim é uma honra,
- Parou um pouco como se procurasse as palavras - espérer un journée... ser... como vocês, mas acredito que não seja... como dizer.... intéressant ... o suficiente... à entrer dans la Famille... então eu me regozijo com o fato de... de...mon sang est utile... meu sangue... ser útil.

Telassim o olhava levemente séria tentando entender a linha de raciocínio do rapaz. Ela entendia mas não compreendia. Ele desabotoou a camisa e afastou a gola expondo o pescoço, virou o rosto para o lado e fechou os olhos.

- s'il vous plaît mademoiselle...
Telassim se aproximou, segurou o rosto dele com suas duas mãos. Virou o rosto calmamente fazendo com que ele olha-se nos olhos dela. Aqueles olhos de cor indecisa que dança entre o azul o verde e o castanho.

- Devagar, vamos fazer as coisa de uma outra forma...
- Telassim estava acostumada a conquistar sua "comida", dessa vez não seria diferente. - Vamos tirar esse colete e essa gravata, sim?!

- Senhorita?
- Julian não entendia o porquê da demora dela, ela já tinha entendido o otivo de sua presença alí e aparentava ter acatado a idéia.

- Quando eu realmente morder, você não vai nem perceber...

Embriagar sua presa num emaranhado de desejo.
Turvar sua visão cultivando seu vício. Telassim imaginava que usavam aquele rapaz apenas como um pote de onde tiravam sangue. Ela não queria que ele se sentisse assim. Queria que ele desejasse que ela o seduzisse todas as noites.
Era a forma de compensar o sangue que ela lhe tirava.
A vida que ela lhe roubava.
E para quem pensa que eu perdi a vergonha e me entreguei a um rapaz - com todo respeito- qualquer está muito enganado e, certamente, não me conhece. Só quero afirmar que para proporcionar uma bela noite não é preciso envolve-la com o libido. Há outras formas de encantar. E eu estou treinando isso. Mas fazer o quê... C'Est la vie ...
É a vida...



Ah, e além de um prato de comida eu ganhei um professor de francês... olha que coisa maravilhosa.


Fragmentos

“Oscilando entre a glória e a depressão. Estou cercada de monstros que assim como eu encantam, e enganam. Escondem-se atras de uma beleza enigmática, palavras polidas e cortejos para disfarçar a besta que reside em nós. Sanguinária e faminta.
Talvez seja a única coisa verdadeira em nós”

“-Se é um fardo tão pesado assim,
por que você ainda não encerrou sua existência, minha cara ?
-Devo admitir que há suas compensações”

“ Nada é somente bom ou somente ruim,
você só precisa saber ver”


“O que eu sou? ”

“É incrível não é?! Como eles se apaixonam por você
e como você
se envolve pelo sangue”

“Vampiros existem?”

“-Não somos como os outros, nós valorizamos os humanos
-Como não valorizar?... Eles são nossa comida
-Não, minha cara... eles são a nossa claque


“-Você é a essência de um Daeva
- E se eu não quiser ser um ?
-Isso não depende de você minha cara,
você é o que você é ”

“Uma mentira contada mil vezes torna-se uma verdade ?”


“-Aceite que você gosta...
-Não ponha palavras em minha boca me Lord...
-Eu posso ver nos seus olhos, você adora ser um Daeva


“-Quando eu posso te ver de novo?...
Amanhã pela manhã...
-Não
-Eu queria muito te ver novamente, eu sei que a gente não voltou, mas...
me liga, a gente pode marcar de sair... um almoço ..?
-Eu prefiro a noite, um jantar talvez, mas não se preocupe
... quando eu tiver fome,
eu te ligo...”


“Eu não tenho escolha?
-Você já escolheu”

“Desde o momento que abro os olhos até o momento em que me deito eu só vejo escuridão, até quando vai ser assim? “

“-Minha cara nós somos como as estrelas
depois que morremos brilhamos ainda mais...
- Pensei que virássemos buracos negros.
-Bem... acaso você também não admira um pouquinho de caos,
principalmente quando somos nós que o causamos?!
...Minha pequena...
Seja entre humanos ou entre vampiros nós somos o que há de melhor,
nós somos o Absinto da Noite

“-Será que poderia ser diferente?”

“A vida tem a cor que você pinta, diga-me qual a sua cor favorita minha cara? Se não me engano. Certa vez você me disse que era carmesim
um vermelho carregado...
a cor do sangue...

“Talvez...Talvez tudo pudesse ser diferente,
mas se assim fosse...perderia toda a graça não acha?

quarta-feira, 4 de março de 2009

Noite de Chuva

Chovia... e o céu nublado tornava a noite cada vez mais fúnebre. Os carros passavam ocasionalmente, o latidos dos cachorros era abafado pelo barulho do choque entre a chuva e os telhados, e em frente a uma das casa estava um homem que mesmo com toda a chuva permanecia lá.
Imóvel.

Ele estava encharcado, e embora o frio da noite não lhe afetasse ele já estava lá a algum tempo. Logo os vizinhos ficariam curiosos, talvez algum até chegasse a chamar a polícia. Eu precisava fazer algo, peguei minha capa e saí.

A chuva penitenciava. Enquanto os dois amaldiçoados desapareciam na neblina.

Eu fazia perguntas mas Miguel as ignorava completamente, apenas caminhava silencioso e gélido. A chuva já estava começando a cessar quando chegamos perto de um arboredo próximo a casa dele. Estava tudo deserto, a chuva fizera com que até os mendigos se recolhessem a abrigos. Repentinamente Miguel me puxou com tanta veemência que minha capa foi ao chão. Aquela situação aquele homem a minha frente que me segurava pelos pulsos com tanta força que fazia-os doer me lembrou de um sentimento que eu já estava começando a esquecer...
Medo.


"O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e semelhança. "
( Friedrich Nietzsche )

A fina chuva agora me envolvia por inteiro, minha roupa prendia-se a meu corpo por efeito da água e eu sentia frio. Não pela chuva mas pelo medo.Aqueles olhos azuis claríssimos me fitavam e eu podia ler neles uma vontade intima de me destruir. E eu... sem reação.

Normalmente estaria encantada pela beleza facinante do contraste entre o ondular daqueles cabelos despentiados pela chuva e a sua nívea e fria pele e os olhos cor de céu-do-meio-dia. No entanto eu sentia medo, medo da ira que aquele rosto transtornado expressava.

A chuva se recolhia para ouvir a conversa entre os dois demônios da noite. O vento que antes soprava forte agora silenciava e parava, para não conduzir aquelas palavras para além do ouvido do outro. A noite os escondia sob seu manto escuro -Negro - como a alma dos dois.

- Miguel? - Balbuciei numa vos quase imperceptível enquanto afastava meus cabelos do rosto e pendia-os atrás das orelhas
- Você foi para cama com ele, não foi?- Até a chuva parou, surpresa com a pergunta que mais parecia uma acusação.
- Como?!
- Eu estava confusa, tuda essa cena por is
so?! Só por isso?! Será que homens vivem em torno disso?
- Você não... não tinha o direito de..de
- a ira fazia-o tropeçar nas palavras- de fazer uma coisa dessas Margarett.
- Do que você está falando?
- NÃO SE FAÇA DE INOCENTE!
- A garrou-me pelos pulsos novamente- Isso é a última coisa que você é. Agora me responda.
- Quem te disse uma coisa dessas?
- eu estava realmente assustada
- Então você foi -
apertando as mãos.
- Eu não disse isso em momento algum
-eu c
ontrolava a voz, não podia demostrar qualquer incerteza, ou dúvida.
- Então você não foi?-
ele arqueou uma de suas sobrançelhas.

- Eu gostaria que você me solta-se - Meu punho estava doendo muito, certamente eu teria que gastar de meu sangue remover o dano. - Veja a cena que você está fazendo, contro-le sua ira e pare de despeja-la em cima de pessoas inocentes. - Ele larga o meu braço com despreso.
- Daeva, Daeva, você não passa é de uma pr*
- Eu o interrompi, ele já estava começando a pegar pesado.
-Muito cuidado com as palavras, recomponha-se e diga-me claramente o motivo de essa sua revolta.
- Será que você não entende? Você é minha! Margarett, Minha!! ...
[Confesso que senti vontade de rir. A imaturidade de um ser tricentenário, capaz de abalar sua autoconfiança - diante da possibilidade - de perder para a conversa de uma criança de trinta e poucos anos é uma cena, no mínimo, curiosa.]...Não aceito o fatode você se entregar a outro igual.
[Não importa a idade que se tem 17, 33 ou 600 anos. Toda criança detesta dividir seu brinquedo preferido, e todos somos crianças da noite, além de que a morte parece só apurar cada vez mais esse egoísmo]
- Mas quem foi que disse que eu não sou sua? Meu caro... somo seres racionais, creio que conversarmos poderemos chegar a uma solução prazerosa para nós dois...

Já ouví falarem que "Os Daeva acreditam que podem resolver tudo na cama";
tudo, tudo não dá pra resolver mesmo... Mas devo admitir que ela facilita muitas coisas.

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